“A criança, produto e produtora de cultura, sujeito histórico, potente, de direitos e protagonista no processo educativo, aprende e se desenvolve por meio das interações e das brincadeiras vivenciadas e experimentadas no ambiente em que está inserida.
Compreender a criança nessa perspectiva implica vê-la como alguém capaz de participar de forma ativa da construção da sua aprendizagem e desenvolvimento por meio de suas ações e interações, considerando os saberes infantis e o lugar que ocupa na sociedade, levando em conta também os aspectos da diversidade”.
(Currículo Jundiaiense, 2019)
Departamento de Educação Infantil / UGE
A ligação entre meio ambiente, saúde e qualidade de vida, torna o contato com o meio saudável direito irrenunciável, inalienável, inviolável, imprescritível e universal.
É preciso incentivar e gerar espaços nas escolas e em lugares públicos que proporcionem o bem-estar, o brincar, o contato com o ambiente natural e o exercício da criatividade das crianças.
Incluir os espaços ao ar livre a partir da concepção de aprender com a – e na – natureza, promoverá a realização efetiva de uma proposta de educação integral.
DESEMPAREDAMENTO DA ESCOLA
Sabemos o quanto os ambientes são importantes e contribuem para a aprendizagem das crianças. O conceito de desemparedamento direciona as ações educacionais, utilizando os espaços para além da sala de aula. Ao pensarmos em organizações para o desenvolvimento de propostas pedagógicas potentes, com o uso e a exploração dos espaços externos, utilizando o ambiente do pátio, das áreas verdes da escola, das praças e parques do bairro, dos diversos espaços com áreas livres, dentro e fora da unidade escolar, buscamos a promoção da saúde física e emocional, além da aprendizagem dos conteúdos acadêmicos e conhecimentos científicos.
O uso de diversos espaços, promovendo o desemparedamento das escolas, possibilita também que as crianças conheçam o território do entorno da unidade escolar, tenham contato com a natureza, desenvolvam a consciência do ambiente em que vivem, trazendo benefícios para o desenvolvimento integral.
Desemparedar extrapola a ideia de simples atividades ao ar livre. É rever concepções, planejamentos, intencionalidades, rotinas, tempos, propondo experiências que possibilitam às crianças a exploração, a brincadeira, a curiosidade e a investigação nos espaços externos e internos das escolas, a fim de potencializá-los como ambientes educativos.
É preciso ter a clareza que a criança aprende o tempo todo em todo o lugar.
Quando as crianças habitam os diversos territórios da cidade, têm a possibilidade de conhecer, explorar, observar a natureza, os carros, os estabelecimentos, as pessoas, além de se reconectar com o lugar ao qual pertencem e ao mundo que as cercam.
Diversos estudos apontam que o contato com a natureza faz muito bem às pessoas. Entre as vantagens: o fortalecimento do sistema imunológico, sentidos mais apurados e a ampliação da consciência ambiental.
Considerando uma educação integral, cabe à escola oportunizar para as crianças encontros com a natureza para aprender e vivenciar experiências com e nos espaços externos, ao ar livre, possibilitando o encantamento, a curiosidade, a experimentação, para que haja o reconhecimento de pertencimento ao meio natural.
A metodologia do desemparedamento na escola direciona o olhar para as boas práticas pedagógicas, validando e inovando as já existentes. Além disso, reconectar-se com o território educativo, encontrando no entorno da escola espaços e parceiros para as ações formativas, contribui para a apropriação daquilo que é público, além de poder gerar corresponsabilidade, atuação e participação, que se aproximam muito dos conceitos de cidadania.
Para que o desemparedamento se concretize na escola, alguns pontos devem ser considerados:
Estudos recentes apontam que ambientes ricos em natureza, incluindo as escolas com pátios e áreas verdes, praças, parques e espaços livres para o brincar, ajudam na promoção da saúde física, mental e no desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, motoras e emocionais das crianças. Em Jundiaí, as EMEBs estão desenvolvendo práticas de desemparedamento enquanto metodologia didática para que o conhecimento e a aprendizagem sejam mais significativos, aproximem a criança da natureza, sejam experienciados pela corporeidade das crianças e aconteçam em áreas ao ar livre. É muito importante o contato da criança com brincadeiras com terra, areia, água, sementes e escalada.
A Criança é natureza. Criança não é feita para ficar parada, criança gosta de correr e de liberdade. Aos adultos, basta apenas permitir que esse encontro aconteça. Todos ganham: a criança, a sociedade e nosso planeta. Instituto Alana.
Este vídeo inspira a reflexão sobre o que é de fato importante nos espaços escolares, sugerindo que “desemparedar” as crianças e oferecer a elas elementos naturais para brincar no dia a dia escolar é fundamental para seu desenvolvimento físico, psíquico e social. Saiba mais sobre o programa Criança e Natureza.
A parceria do Território do Brincar com escolas foi realizada através de videoconferências mensais com temas organizados pela equipe do Território do Brincar, encontros no Instituto Alana com palestrantes convidados e um projeto de pesquisa realizado em cada escola parceira sobre a brincadeira de casinha. Estas atividades foram registradas em um documentário que será lançado em 2015, com o objetivo de compartilhar o caminho de reflexão e diálogo entre as Escolas e o Território do Brincar.
Mitã. Criança brasileira. O ser humano em sua dimensão criadora transcende o tempo despertando para as possibilidades de um “Mundo Novo”.
Uma poética da infância inspirada por Fernando Pessoa, Agostinho da Silva e Lydia Hortélio, trazendo importantes ideias sobre educação, natureza, espiritualidade e a Cultura da Criança.
O CIEMPI é um projeto da Unidade de Gestão de Educação do município de Jundiaí em parceria com o NEPP-UNICAMP, destinado a toda comunidade jundiaiense e a todas as pessoas que se interessem pela educação patrimonial, pelos estudos da memória e pelas pesquisas da infância, aliando formação, contextos investigativos, contextos de aprendizagem permeados por diferentes ateliês (construtividade, natureza, culinária, pesquisa dos bebês, linguagens da arte, linguagem digital e tecnologia).